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Ana Paula Matos publica artigo sobre redução dos atendimentos em Saúde no Carnaval

Por Redação em às | Foto: Divulgação

A OMS define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Sob essa premissa, o carnaval de Salvador 2023 integrou ações de prevenção, acolhimento e cuidado que culminaram na redução de todos os indicadores dos atendimentos nos módulos de saúde montados nos circuitos. Foi uma festa de paz e alegria, com queda de 27% dos atendimentos em comparação ao carnaval de 2020. Foram 4.149 ocorrências. Mais do que a redução geral, os dados refletem o trabalho de organização feito nos bastidores da folia. Houve queda de 49% dos atendimentos por agressão física, decréscimo de 46% nas intervenções bucomaxilofaciais e 10% das cirurgias. No 2º dia uma diminuição expressiva de 74% das agressões físicas. Outro dado que chamou atenção foi atenuação dos casos de intoxicação alcóolica, com queda de 38%, porém, as mulheres aparecem em número maior do que os homens. Dos pacientes acolhidos nos módulos de saúde, apenas 4 % necessitaram de transferência para rede hospitalar, o que confirma a alta resolutividade das equipes no circuito. A estrutura contou também com ações de promoção à saúde do trabalhador e atendeu 16 mil cordeiros em ação do CEREST. Os equipamentos ‘Fique Sabendo’, realizaram 4,5 mil testes para diagnóstico de HIV, Sífilis e Hepatites B e C, com acolhimento ao paciente reagente para a infecção. Compôs a  estrutura, 11 postos médicos, 1.500 profissionais, retaguarda do SAMU 192, 300 plantões e 140 horas de atendimentos. 

 

Alguns fatores contribuíram para vivermos o maior carnaval de toda a história. O investimento no Cole no Centro, fortalecendo circuito Osmar, com grandes artistas, permitiu que o folião tivesse mais espaço para brincar nas ruas, diminuindo agressões. A baixa nos casos de gastroenterites se deve ao trabalho prévio da Vigilância Sanitária que realizou 4 mil inspeções de caráter preventivo, com destaque para a orientação dos ambulantes sobre manipulação dos alimentos e 800 análises de qualidade da água. A atuação da SEMOP e Guarda Municipal inibiu a entrada de espetinhos e armas brancas, refletindo na redução de agressões nos postos. A parceria com os secretários estaduais de Saúde e de Segurança Pública contribuiu para esvaziamento as UPAs. Foi uma folia da união e integração.

O carnaval social também prevaleceu. Foram mais de 700 atendimentos de saúde aos filhos de ambulantes e 300 no Centro de Apoio aos Catadores de Materiais Recicláveis. A marca principal da festa foi a prevenção. O melhor carnaval do mundo voltou com amor, alegria, cuidado, bem-estar físico, social e mental. Voltou pulsando no coração o sentimento de gratidão, à vida, aos encontros, à ciência, ao movimento transformador que é o carnaval de Salvador!

Ana Paula Matos é vice-prefeita e secretária de Saúde de Salvador

 

Artigo publicado no Correio 24 horas

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