Festival Ferrovias exibe 12 filmes ligados ao Subúrbio de Salvador
Por Redação em às | Foto: Divulgação
A segunda edição do festival de cinema do Subúrbio de Salvador, o Festival Ferrovias, irá realizar a exibição de 12 filmes com temáticas dedicadas a este importante território da capital baiana. A programação do festival começa na quinta-feira, 29 de agosto, e segue até o dia 1º de setembro. As sessões de cinema acontecerão no Centro Cultural de Plataforma, entre 14 e 18h.
Pensando a produção cultural e cinematográfica enquanto possibilidade de formação e expressão, o projeto realizou uma série de oficinas nas comunidades da região do Subúrbio. Com a parceria de outros produtores culturais, artistas e cineastas, o Festival Ferrovias ofereceu oficinas de produção cultural, fotografia para crianças e produção audiovisual.
Vale ressaltar que ao final da oficina de produção cultural, duas pessoas foram escolhidas para atuar na equipe do Festival Ferrovias. Os escolhidos receberam bolsa de R$ 600.
Um dos objetivos do projeto é mapear produções cinematográficas produzidas por realizadores/as do Subúrbio e filmes que tematizam a região. A primeira edição do Festival Ferrovias,realizada em agosto de 2023, foi um sucesso, ocorrendo em quatro espaços comunitários do Subúrbio e envolvendo realizadores, estudantes, líderes comunitários e espectadores locais.
Desta vez, a curadoria do festival de cinema do Subúrbio abordou temas como memória, patrimônio e questões sociais. Ao todo, foram selecionados 12 filmes, entre documentários e ficções. Para além dos filmes selecionados, o Festival Ferrovias terá a exibição de filmes indicados pela produção do evento.
Confira abaixo detalhes sobre os filmes que serão exibidos na 2ª edição do Festival Ferrovias:
MéritoKratos | Maria Clara Carvalho; Kamila Silva., 12’, 2024. Livre. Documentário.
No coração da periferia de Salvador, Bahia, acompanhamos a rotina de Cotiax, um jovem negro de 20 anos. Acordando antes do sol nascer, ele enfrenta a dura realidade de muitos jovens da periferia, conciliando tudo com sua paixão pela arte.
O Subúrbio que nos habita: Vídeopoema sobre identidades e forças do Subúrbio Ferroviário de Salvador | Thaiane Cerqueira, 11’, 2023. Livre. Experimental
É um contra-fluxo dos estigmas e preconceitos estabelecidos para desqualificar as potências de jovens da periferia, sobretudo, do Subúrbio Ferroviário. Afinal, ressaltar os valores culturais do território é o primeiro passo para ir de encontro ao sistema de opressão instalado nas estruturas sociais brasileiras. Ao propor a poesia como linguagem, o filme torna-se ferramenta de educação, valorização e resistência da cultura preta e periférica.
Catraca | Raiane Vasconcelos,16’, 2016. Livre. Ficção
Os irmãos sempre tiveram carona de ônibus para a Escola, e pela primeira vez os meninos desejam e querem ter o prazer de pagar e passar pela catraca do ônibus. Para conseguir o dinheiro da passagem, eles criam várias estratégias e vivem aventuras dentro da comunidade onde moram.
Revoa | Ítalo Rodrigues, 12’, 2023. Livre. Documentário.
Entre o mar e o asfalto, os zumbidos guiam os corpos que se manifestam e homenageiam Yemanjá, após dois anos de pausa obrigatória, todos à sua maneira, na noite que antecede o dia da Rainha.
Samba no Corpo — respeita a matéria | Brisa Brasileiro; Thaiane Cerqueira, 9’, 2024. 10 anos. Documentário.
É uma experiência para mulheres, mediada por Mãe Natureza, que propõe um mergulho nesse ser potente por meio do samba, suas histórias, músicas e danças, assim como o encontro entre mulheres de diversas localidades. Mãe Natureza leva consigo o samba e o umbigo para provocar, acender, acordar e acolher a força feminina em tempos de adversidades.
Break – Atletas de Rua | Thoor Miranda, 30’, 2023. Livre. Documentário
Um documentário que explora o universo do break, destacando a habilidade física dos praticantes e dando voz aos jovens que dedicam suas vidas a esse esporte vibrante. Além de mostrar a maestria dos movimentos, o filme revela as histórias por trás dos rostos, evidenciando as dificuldades enfrentadas e como o break se tornou um refúgio e uma forma de superação. A figura do Professor Gurgel surge como um mentor que, além de técnicas, ensina valores. O filme celebra a arte do break e amplifica as histórias de transformação pessoal e social dos praticantes.
Alvacento | Alan Robert, 4’, 2022. Livre. Ficção.
Conta a história de um amor que se destacou dentre tantos amores, de um olhar que deixou saudades, de um afeto eternizado na memória de Lara, vivida pela atriz Juliane Oliveira. O romance no cenário pitoresco da praia de Tubarão, em Paripe (Salvador), chegou para a jovem Lara quando ela ainda nem pensava em se entregar para uma só alma. O modo com o qual a protagonista se relaciona amorosamente traz à tona questões: É possível amar mais de um amor? Os amores são para sempre? Eles podem se tornar alvacento?
Querino – 100 anos | Isis Gledhill, 31’, 2023. Livre. Documentário.
O documentário celebra a vida e a obra de Manuel Raimundo Querino, um dos maiores intelectuais negros do Brasil. Em homenagem ao centenário de sua morte, grandes pesquisadores e mestres narram a história desse extraordinário baiano, que nasceu livre em meio à escravidão e deixou um legado literário que exalta a contribuição fundamental do povo negro para a formação da civilização brasileira.
Falsa independência | Italo Andrade Guimarães, 4’, 2024. Livre. Videoclipe.
O filme narra que a verdadeira independência do Brasil não ocorreu em 7 de setembro de 1822, mas em 2 de julho de 1823, na Bahia. Heróis como Maria Quitéria, a guerreira Zeferina, e a tropa dos maltrapilhos dos homens nus desempenharam papéis cruciais na libertação do país. Quitéria desafiou convenções ao lutar vestida de homem, enquanto Zeferina e a tropa, apesar das condições precárias, mostraram grande bravura. Segundo Oxossidelarua, a verdadeira independência está na identidade e na emancipação de um povo, o que se concretizou na Bahia em 1823.
Dançando com as Marés: Uma Ode à Mariscagem | Suane Lima , 9’, 2024. Livre. Experimental.
O filme mergulha na tradição da mariscagem no Subúrbio Ferroviário de Salvador, capturando os movimentos ritmados e a poesia visual do cotidiano das marisqueiras. Revela a profunda conexão entre seus corpos e as marés, oferecendo uma homenagem visual e emocional a essa prática ancestral, destacando as nuances e a resiliência das mulheres que vivem da mariscagem.
mar, cores, sons e texturas – O OLHAR QUILOMBOLA NA INFÂNCIA | Cristiele Menezes; Gabriel Moreira,15’, 2023. Livre. Documentário.
documentário que narra a vida, as brincadeiras e a poesia da infância em Bananeiras, quilombo localizado em Ilha de Maré, Salvador – BA. A narrativa gira em torno de quatro crianças – Maria, Gabi, Merinho e Nicolas – que têm a maré como principal meio de diversão.
São Bartolomeu – A história de um povo | Lucas Marques, 30’, 2021, Livre. Documentário.
A memória e as tradições do Subúrbio Ferroviário de Salvador estão diretamente ligadas a região onde está localizado o Parque São Bartolomeu, a única Reserva de Mata Atlântica em área urbana do Brasil e território sagrado da religiosidade de matriz africana, palco de resistência e lutas armadas decisivas para a Independência da Bahia.
Veja programação completa do Festival Ferrovias:
Quinta-feira – 29/08/2024
13h | Abertura da Sala – Sessão I
14h | Sessão I + Debate com Realizadores | Classificação: Livre
Apresentação do Festival 2024 (10min)
– O Artista Suburbano – O Filme | Vagner Jesus, 27’, 2021. Livre. Ficção.
– MéritoKratos | Maria Clara Carvalho; Kamila Silva., 12’, 2024. Livre. Documentário.
16h | Sessão II + Debate com Realizadores | Classificação: Livre
– O Subúrbio que nos habita: Vídeopoema sobre identidades e forças do Subúrbio Ferroviário de Salvador | Thaiane Cerqueira, 11’, 2023. Livre. Experimental.
– Catraca | Raiane Vasconcelos,16’, 2016. Livre.Ficção
– Revoa | Ítalo Rodrigues, 12’, 2023. Livre. Documentário.
18h | Apresentação artística
Sexta-feira – 30/08/2024
13h | Abertura da Sala – Sessão III
14h | Sessão III + Debate com Realizadores | Classificação: 10 anos
– Samba no Corpo — respeita a matéria | Brisa Brasileiro; Thaiane Cerqueira, 9’, 2024. 10 anos. Documentário.
– Break – Atletas de Rua | Thoor Miranda, 30’, 2023. Livre. Documentário
16h | Sessão IV + Debate com Realizadores | Classificação: 10 anos
Alvacento | Alan Robert, 4’, 2022. Livre. Ficção.
– Querino – 100 anos | Isis Gledhill, 31’, 2023. Livre. Documentário.
– Falsa independência | Italo Andrade Guimarães, 4’, 2024. Livre. Videoclipe.
17h30 | Apresentação artística
Sábado – 31/08/2024
14h | “Olhares Infantis: Território e Imaginação pelas Lentes das Crianças” | Abertura da exposição
– Bate papo Oficina de fotografia com as crianças do Acervinho, ministrada por Mila Souza no Acervo da Laje.
15h30 | Abertura da Sala – Sessão V
16h | Sessão V + Debate com Realizadores | Classificação: Livre
– Dançando com as Marés: Uma Ode à Mariscagem | Suane Lima , 9’, 2024. Livre. Experimental.
– mar, cores, sons e texturas – O OLHAR QUILOMBOLA NA INF NCIA | Cristiele Menezes; Gabriel Moreira
,15’, 2023. Livre. Documentário.
– Marias, Mulheres, Marés | Dir. Alessandra Flores; Prod. Bruna Hercog, 11’, 2021. Livre. Documentário.
17h30 | Guias cegos
Domingo – 01/09/2024
14h | Sessão VI + Debate com Realizadores | Classificação: 10 anos
– Memórias Perdidas | Sabrina Andrade, 27’, 2021, Livre. Documentário.
– Pedagogias Da Navalha. Se a palavra é um feitiço minha língua é uma encruzilhada | Colle Christine, Tiana Santos, Alma Flora, 15’, 2023. 10 anos. Documentário.
16h | Apresentação artística